terça-feira, 14 de agosto de 2007

VAI E VOLTA...


♥♥
É neste teu vai e volta
Que eu fico desnorteada...
Quando tu somes, eu penso,
Que fui por ti rejeitada...
♥♥
Mas de novo me procuras,
E esse amor que é tão estranho
Ora é uma louca agonia,
Ora um êxtase tamanho!
♥♥
Quando voltas com saudade
Sinto então felicidade...
Quando partes, sem motivo,
♥♥
No inferno então eu vivo
Quero tudo terminar,
Mas fico sempre a esperar...

♥♥

*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

ENCONTRO CASUAL



Mestiça, que bom trabalho
Escultor atarefado...
Bom trabalho... bom trabalho...
Criava bem uma esfinge.
Pincel e tintas,
Na tela se projetou
A imagem mais feminina
De uma gata siamesa,
Olho puxado - não tanto,
Daí foi um passo apenas
E o desejo de esculpír
Foi tão forte! Tão mais forte!
A estátua tomou forma...
Estudio iluminou-se
Quando a pedra
Virou carne.
Nada deteve o sófrego
Lampejo da centelha
Que lhe deu vida...
Foi um gesto apenas,
Do artista,
Ao desligar da pedra
O cinzel que a feria,
E com graça despontou
a mulher, a mestiça,
a menina ainda
Que não se dava conta
Dos seus encantos.
Foi preciso a
Vida lhe ensinar!
Só o tempo lhe disse
Esse tão encantado
Segredo. No farfalhar
das folhas caídas,
revoluteando ao
sabor do vento,
Ela ouviu...
ao sentir na pele a
Mensagem quente do sol,
Despertou para a vida...
E quando as estrelas
Vieram lhe dizer,
Ela não mais duvidou...
Entregou-se aos
dardejos da lua
Que lhe ensinou
sabiamente o amor...
Foi esse o resultado
da fusão que fizeram
céu e mar, o mar subindo
com suas ondas para
tentar alcançar o céu,
E o céu descendo
Com suas estrelas a
Se desenharem sobre
O mar...
Encontro casual...
Fusão divina...
Fêz alimentar o
Sonho do escultor,
Que se deslumbrou
Diante da magnitude
De sua criação!



*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

FUSÃO DE CÉU E MAR...



Luzes etéreas para tua madrugada,
As estrelas te deixam de presente...
Não penses que elas irão pra não voltar...
Amanhã deixarão suas luzes novamente.

Estrelas que passeiam, assim, tão calmamente,
Fazem o cenário de um céu esplendoroso!
Que se transmuta, ao chegar o dia,
Vestindo-se do ouro de um sol glorioso!

Como se não bastasse ao céu exuberante,
Exibir suas tão esplêndidas estrelas,
Mostrar seu radioso sol tão fulgurante,

...Cenas deliciosas... ai, preciso vê-las!
Quando se jogam sobre o mar, amante,
Que espuma, irado, por não poder contê-las!


*** MÍRIAN WARTTUSCH ***



segunda-feira, 13 de agosto de 2007

TODO TEMPO



Todo o tempo que eu tivera
E pudesse dedicar-te,
Seria, eu sei, ainda pouco,
Tanto sofro por amar-te.

Tempo é coisa que perdemos
Sem saber aproveitar
O melhor tempo gastamos
Nos esquecendo de amar.

O tempo que eu te dedico
- Tu não prestas atenção,
Relógio cronometrado
Dentro do meu coração!

Todo o tempo é muito pouco
Para tanto que em ti penso.
Não te dás conta eu bem vejo,
Não entramos num consenso.

Percebi que foi saudade,
Tua queixa em minha ausência,
Não foi o tempo, querido!
Foi por mim, tua querência.

Se assim nos queremos tanto,
Pra que relógio? Me diga!
Um beijo e um bom abraço,
É melhor do que uma briga!

Esqueçamos os ponteiros,
Horários? Nem levo em conta
Me derretes com teu beijo
Me envolves, me deixas tonta!

Eu te amo, tu me amas,
Nos amamos... pra que mais?
Nosso amor que faz o tempo,
Ser pouco, ou longo demais...


*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

domingo, 12 de agosto de 2007

CORDEL DE FLORES



Você manda tantas flores,
Esplendores do meu dia
Perfumadas, tão bonitas
Submersas em magia...

Tantas flores já mandaste
- Perdi a conta, sabia?
Enfeitei todinha, a casa,
E entre elas me escondia.

Se não sobrar mais lugar
Para guardar todas elas,
Depois de enfeitar a casa,
Ponho em todas as janelas.

Se mesmo assim não couberem
Não me preocupo não
Reservo sempre um lugar
Dentro do meu coração!

Se mesmo assim sobrar flores
Encho os vasos do jardim
E coloco aos pés da santa,
Arrumadinhas... assim...

Enfeito até meus cabelos,
Coloco no meu chapéu.
Na pipa, uma rabiola,
Vai levar flores pro céu.

Mas se ainda assim sobrar,
Muitas flores, veja bem...
Se você me permitir,
Dou de presente pra alguém...

Esse alguém que eu amo tanto,
Das rosas despetaladas,
Fará tapetes de flores,
Para cobrir nossa estrada.

Eu tive assim uma idéia
"Loucuras de quem se ama",
Jogar pétalas de rosas
Para enfeitar nossa cama!




*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

AMO MEU PAI



Hoje meu pai me dedicou seu dia...
Saímos cedo, almoçamos, fomos à sorveteria...
Me levou ao cinema, vimos um filme engraçado;
Jogou comigo uma pelada, e eu fiquei realizado!

Ficamos num papo legal, num banco de jardim
... Ah, como é maravilhoso ter um pai assim...
Seu jeito forte, me transmite segurança,
Me trata como homem, não como criança!

Partilha dos meus sonhos, fala do meu futuro,
E ao me abraçar, também me faz sentir seguro!
E todas essas horas, que hoje ele me dedicou,

Foram exatamente como meu coração sonhou!
Não queremos um pai só pra nos sustentar,
Precisamos de um pai pra nos amar!




*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

ARMADILHA



Ah, se eu pudesse fazer uma armadilha,
Bem armada, ao lado do teu leito,
Te abraçaria... e enrodilhada no teu corpo,
Teus sonhos roubaria, te traria estreito...


Mas como todo impossível ato de loucura
Na própria armadilha me vejo encarcerada
Pois além de não poder ter-te ao meu lado,
Vivo nos meus próprios sonhos enjaulada.


Nessa armadilha que fiz para prender teus sonhos
Se contorce a alma, em frenesis, gozos tristonhos,
Pois dos meus sonhos, emerjo, solitária...


- O amor não graça nessa arapuca imaginária
Fico presa, imolada nesse devaneio triste,
Atada a um falso sonho que já não existe...




*** MÍRIAN WARTTUSCH ***

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

DOIS PRA CÁ E DOIS PRA LÁ



Num bolero, o romantismo,
Nos eleva, nos inspira!
Parece que a nosso favor,
Todo o Universo conspira!

Momentos apaixonantes,
Dançando pelo salão,
Nosso par nos delicia,
Arrebata o coração!

Parece voltar o tempo,
No dois pra cá, dois pra lá,
Enlevados, num bolero,
Para o amor, melhor não há!

No ritmo dessa cadência
Rosto colado, juntinhos,
No dois pra lá, dois pra cá,
Dançamos bem coladinhos.

Anos 60, me lembro,
Não se podia abusar...
Dançar muito coladinho,
Alguém vinha reclamar.

Proibido e tão gostoso,
Ao dançar pelo salão,
No descuido dos olheiros,
Quantos beijos, coração!

No dois pra lá, dois pra cá,
Por vezes, apaixonados,
Paramos a contradança,
Nos beijamos, enlevados!

Viva o amor, a liberdade,
Pois no meio do salão,
No rítmo desse bolero,
Se compassa o coração...




*** MÍRIAN WARTTUSCH ***